ETF: uma alternativa para quem deseja ter ações na carteira de investimentos

ETF: uma alternativa para quem deseja ter ações na carteira de investimentos

A Selic, a taxa básica de juros do Brasil, na última reunião do Copom, foi mantida em 6,5%, menor valor desde a sua criação. Para o investidor tradicional, essa manutenção acaba trazendo frustações relacionadas a maiores ganhos, que num passado nem tão distante, investimentos mais conservadores acabavam tendo ótimas remunerações justamente porque a Selic estava em patamares elevados.

O mercado de ETF’s

O Tesouro Direto, a Poupança e títulos bancários, todos investimentos classificados como Renda Fixa, caracterizados justamente por apresentarem riscos mais baixos e remunerarem o investidor na forma de juros, são os que mais sentem com essa Selic mais baixa. Pensando, então, em ter maiores rentabilidades, as pessoas se viram obrigadas a buscarem novas categorias de investimentos, que acabam tendo um grau de risco maior, mas que justamente pela relação Risco x Retorno, podem ter um retorno mais interessante.

Esse fator vem trazendo efeitos positivos na entrada de novos investidores na plataforma da Bolsa de Valores. O número de CPF’s cadastrados na B3, considerando o tamanho da nossa população, ainda é muito baixo, mas, está prestes a alcançar a marca de 1 milhão de cadastros.

O que muita gente não sabe é que, na plataforma chamada Home Broker, onde tradicionalmente faz-se a compra e venda de ações, é possível também ter outras categorias de investimentos, como fundos imobiliários e os ETF’s. Neste texto, exploraremos o conceito desta segunda modalidade.

Como reflexo do aumento de cadastros na Bolsa de Valores, os Exchange Traded Funds, ou ETF’s, também tiveram aumento nos investimentos. Essa modalidade, muito forte e tradicional em mercados da Europa e dos Estados Unidos (tem US$ 3 trilhões em ativos no mundo), por aqui ainda engatinha, mas, vem crescendo. De acordo com um estudo da BlackRock e do BNP Paribas, o volume financeiro aplicado em ETF’s, em 12 meses, quase dobrou, representando R$ 15 bilhões em patrimônio em fevereiro deste ano.

Mas afinal, o que são os ETF’s?

Os ETF’s também são um fundo de investimentos. Ou seja, são composições de carteiras de ativos que são negociadas para diversos investidores, através de cotas. Para administrar essa carteira, existem os gestores, que seguem políticas de investimentos para alcançar os objetivos do fundo.

Porém, esses ativos que são escolhidos para compor as carteiras dos ETF’s não são qualquer um. Os ETF’s são denominados de fundos de índices, pois buscam obter o desempenho semelhante à performance de algum índice do mercado, e, justamente por isso, a carteira de ativos replica a composição do índice.

Essa modalidade de investimento é negociada através da plataforma da bolsa de valores. Portanto, a partir dos Home Brokers das corretoras, as pessoas conseguem fazer a compra e venda destes títulos. No momento, estão listados na B3 15 ETF’s:

• BB ETF S&P Dividendos Brasil (Índice: S&P Dividendos Brasil)
• CAIXA ETF Ibovespa Fundo de Índice (Índice: Ibovespa)
• iShares S&P 500 Fundo de Investimento – Investimento No Exterior (Índice: S&P 500)
• iShares Ibovespa Fundo de Índice (índice: Ibovespa)
• iShares IBrX – Índice Brasil (IBrX-100) Fundo de Índice (Índice Brasil)
• iShares Índice Carbono Eficiente (ICO2) Brasil – Fundo de Índice (Índice: Carbono Eficiente)
• iShares BM&FBOVESPA Small Cap Fundo de Índice (Índice: Small Cap)
• It Now Ibovespa Fundo de Índice (índice: Ibovespa)
• It Now IDIV Fundo de Índice (Índice: Dividendos)
• It Now IFNC Fundo de Índice (Índice: Financeiro IFNC)
• It Now IGCT Fundo de Índice (Índice: Governança Corporativa)
• It Now IMAT Fundo de Índice (Índice: Materiais Básicos)
• It Now ISE Fundo de Índice (Índice: Sustentabilidade Empresarial)
• It Now PIBB IBrX-50 Fundo de Índice (Índice: iBrX-50)
• It Now S&P500® TRN Fundo de Índice (S&P 500)

Até o próximo dia 29 deve aparecer um novo ETF nesta lista, que replicará uma cesta de índices com títulos públicos referenciados em inflação.

Rentabilidade

Estamos falando de um investimento negociado em plataforma de bolsa de valores, funcionando através da compra e venda das cotas. Isso faz com que ele acabe funcionando como um ativo de renda variável. A rentabilidade dessa modalidade é justamente em função da Oferta e Demanda pela compra e venda das cotas, que faz com que o preço suba e desça. Portanto, o chamado Risco de Mercado acaba impactando muito essa modalidade, que, justamente por ter um risco maior, possibilita (e não garante!) que os retornos sejam maiores, justamente me função da boa e velha relação Risco x Demanda.
Portando, esse tipo de investimento deve ser visto como uma forma de diversificação de carteira, e não como o único investimento, pois em cenários em que a economia e a política não estão muito bem, a desvalorização da cota pode acontecer. O ideal é comprar num momento em que o preço parece estar em baixa e se programar para vender futuramente, quando a cota tiver se valorizado.
Apesar de muitas vezes investir em ações, os ETF’s não remuneram seus investidores com os dividendos destas ações. Estes são recebidos pelo fundo e reaplicados na carteira de ativos.

Impostos e Taxas

Assim como os demais fundos, os ETF’s apresentam taxas que remuneram os envolvidos em sua gestão. Estas taxas podem ser consultadas na página de cada um deles no site da B3. A taxa mais comum é a taxa de administração, que incide anualmente e acaba variando numa média entre 0,2% a 0,8% ao ano. Além desta, podem aparecer também taxas relacionadas à compra, venda e custódia do investimento, que podem ser aplicadas pelas corretoras ou pela própria bolsa de valores (taxa de emolumentos, taxa de custódia e taxa de corretagem). Portanto, antes de sair fazendo a operação em qualquer lugar, consulte os custos da sua corretora.

Em relação aos impostos, uma das vantagens dos ETF’s é a isenção em relação ao IOF. Também não aparece o chamado come-cotas. O único imposto que aparece é o imposto de renda, que tem uma incidência de 15% sobre os lucros. Essa apuração é de responsabilidade do investidor, que deve gerar uma DARF no site da Receita Federal e pagá-la até o último dia do mês sequente à venda.

Portanto, os ETF’s são mais uma boa opção para quem buscar diversificar a carteira de investimentos, tendo, inclusive, as principais ações do Brasil e de fora, indiretamente.

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