O que é open finance?

O que é open finance?

Os produtos financeiros, como o open finance, se multiplicaram no contexto digital, um desdobramento inevitável diante do ambiente compartilhado que é a internet, com múltiplas possibilidades de transações comerciais e acordos corporativos. 

Conhecer o open finance passa pela compreensão do impacto que as operações bancárias exercem sobre o potencial de crescimento da internet, bem como a maneira como a web revolucionou o modo de pensar o consumo.

A tecnologia digital introduziu no cotidiano o conceito de Big Data, que se estende em termos de riqueza e capacidade com as propostas relacionadas à Internet das Coisas, que pretende conectar eletrodomésticos, fechaduras, roupas e outros objetos à rede. 

Com isso, as sociedades contemporâneas caminham em direção a uma fusão entre realidade palpável, offline e realidade virtual, removendo as fronteiras entre os dois mundos. O open finance trabalha nesse sentido, como com catracas de acesso

Seu surgimento é derivado do conceito de open banking, o sistema de compartilhamento de dados entre instituições bancárias, com a finalidade de agilizar as operações de crédito e medir capacidades para financiamentos e outros acordos baseados no histórico. 

A cada compra realizada por meio de cartão de crédito, carteiras digitais ou via transferência bancária, além do pagamento de mensalidades por uma conta pessoal, o banco correspondente armazena esses dados para cálculo do seu poder de compra.

A partir dessa avaliação, a financeira pode liberar limites maiores de cartão, oferecer opções mais turbinadas de conta ou autorizar empréstimos. Contudo, todas essas análises estavam restritas no modelo tradicional, ao banco do usuário cadastrado. 

O open banking estabelece regras e flexibiliza o compartilhamento de dados relacionados à movimentação financeira entre bancos, algo que pode facilitar a abertura de contas bancárias em outras instituições, o aluguel de endereço comercial e até prevenir fraudes. 

Apesar da maior liberdade, comparada com o sistema tradicional, o open banking ainda é um método que restringe o compartilhamento de dados a outras instituições do mesmo segmento. Para solucionar essa questão, surge o open finance.

Construção de um sistema financeiro aberto

O open finance é uma solução do Banco Central para estabelecer diretrizes de segurança e construir um ambiente favorável para a circulação de informações relacionadas à movimentação financeira de indivíduos, respeitando a legislação local. 

Pensar em open finance é, inevitavelmente, estabelecer as métricas corretas para a simplificação de processos financeiros, a integração com instituições em fachada de loja moderna, ao passo em que assegura a inviolabilidade das informações. 

Os dados financeiros fazem parte do grupo de dados sensíveis, isto é, informações que podem gerar prejuízos de ordem monetária, social, política ou penal, caso utilizadas por fontes desconhecidas ou expostas. 

A Lei Geral de Proteção de Dados, também chamada de LGPD, estabelece a obrigatoriedade do anonimato durante o armazenamento de informações sensíveis em quaisquer bancos de dados, em qualquer instituição. 

O Banco Central, por meio de suas centrais na nuvem, diante do desafio de expandir a cobertura do open banking para outras organizações e conciliar as normas da LGPD, lança o open finance com uma série de princípios, tais como: 

1 – Autonomia do usuário 

No open finance, todo o compartilhamento de dados passa a ser regido pelo seu respectivo detentor, que passa a ter o poder de autorizar ou negar o acesso a todos ou alguns de seus dados financeiros. 

Além de autorizar instituições financeiras e comerciais a compartilhar suas informações, o usuário também pode definir quando deseja que o compartilhamento seja suspenso. Todas as organizações são intimadas a fornecer um ambiente que permita essa escolha. 

Uma empresa de consultoria tributaria abre um canal de transferência de dados com estabelecimentos como lojas de eletrodomésticos, por exemplo. Uma vez que o usuário solicite serviços do primeiro, surge um pedido de autorização para puxar dados do segundo. 

2 – APIs integradas

A sigla, que indica Application Programming Interface, sinaliza um recurso em automação que permite a integração entre softwares, o compartilhamento de funcionalidades e, no caso do open finance, o compartilhamento de dados entre organizações. 

Nesse sistema, as APIs funcionam como uma ponte entre empresas muito distintas, com níveis de maturidade digital e organização interna que variam de acordo com tipo, necessidades e tamanho do negócio. Para deixar claro, são exemplos de API:

  • Caixas de redes sociais embutidas em sites na web; 
  • Chatbots;
  • Softwares privados de integração; 
  • Plataformas de integração para email e caixas de suporte.

Uma norma do open finance é que todas as empresas cadastradas no programa construam e monitorem sua API de maneira padronizada pelo Banco Central, seguindo um rigor de funcionamento e qualidade que elimine erros e riscos de violação. 

3 – Categorias autorizadas

O open finance também estipula quais categorias de negócio podem fazer parte do programa, além das instituições bancárias, que são obrigatórias. Vale ressaltar que a tecnologia é recente, com grande potencial de expansão futura. 

No modelo atual, as categorias autorizadas são aquelas que exercem grande impacto sobre a geração de crédito, fazendo parte do segmento financeiro, atuando em conjunto como uma empresa de consultoria fiscal. São elas: 

Agências de investimento

As agências de investimento são plataformas virtuais que permitem a visualização, compra e venda de produtos financeiros de todo tipo. Esses locais, em muitos casos, estão hospedados em empresas que também oferecem cursos ao público. 

A variedade de seus produtos é o principal diferencial das plataformas de investimento, quando comparadas com outras instituições parecidas. Atualizações vigentes aprimoraram a tecnologia desses espaços, simplificando seu uso para o cliente.

Corretoras

As corretoras são também instituições financeiras que permitem a negociação de ativos, como ações corporativas, títulos do governo, fundos de financiamento, entre outros. Contudo, seu trabalho é segmentado pelas pensões e seguros. 

As pensões e aposentadorias formam um tipo de produto que é vendido sob a forma de pacote, onde especialistas contratados pela corretora montam uma carteira de investimentos que será administrada pela organização.

Esta se torna responsável pelos rendimentos desse conjunto, que devem ser pagos ao cliente, que pode usá-los para o financiamento de projetos pessoais, como aluguel de escritórios. Junto aos bancos, compõem o principal grupo das aposentadorias privadas. 

Benefícios do open finance

De acordo com as características que formam esse sistema, o open finance expande as possibilidades de atuação conjunta no mercado financeiro, desenhando um futuro que pode incluir o compartilhamento geral de dados entre organizações de outros setores. 

Analisando as mudanças implementadas por esse novo sistema, pode-se destacar alguns benefícios evidentes do open finance para a vida do usuário: 

Combate à inadimplência

O compartilhamento de dados entre instituições financeiras cria mecanismos de análise do comportamento do cliente, viabilizando a identificação rápida de bons e maus pagadores. Para aqueles com as contas em dia, o open finance facilita empréstimos. 

Isso é um grande incentivo para aqueles que desejam manter uma rotina mais equilibrada de gastos pessoais, ou para empresas que pretendem administrar melhor suas contas. O envolvimento do indivíduo no sistema serve um propósito de conscientização. 

Ao definir como e para quem suas informações serão compartilhadas, o usuário adquire uma percepção mais aguçada sobre como seus dados são coletados e o impacto que podem gerar sobre seus hábitos de consumo e oportunidades financeiras. 

Além disso, a alta tecnologia implementada por meio de APIs avança a maturidade digital de populações inteiras, educando o consumidor e tornando-o mais propício a honrar seus compromissos, como um curso intenções na prática qualifica a audiência. 

No cenário nacional, a inadimplência é um problema que afeta cerca de 30% da população, com um valor médio de quase quatro mil em dívidas por pessoa. Esses números geram efeitos macroeconômicos, estrangulando o poder de compra e o crescimento de empresas. 

Maior transparência

O open finance gera benefícios sobre a transparência do que é oferecido ao público, distribuindo autoridade para o usuário. Um dos grandes fatores em discussão é o pouco controle que o consumidor possui sobre o que é feito com seus dados. 

Seja pela falta de conhecimento sobre a tecnologia envolvida na coleta de dados, como o número e operação de algoritmos espalhados pela web, seja pela pouca abertura das empresas, o open finance está transformando esse cenário. 

Parte de uma das medidas pioneiras no contexto nacional, o open finance é uma ferramenta de transição entre o antigo modelo econômico, anterior ao mundo digital, para o atual ambiente automatizado, com alto processamento de informações. 

Por isso, o recurso conversa com as demandas do consumidor das sociedades 4.0, termo designado para a população da era informacional, onde a internet transformou suas relações interpessoais, de trabalho e de consumo. 

Conclusão

O open finance é um novo recurso em fase de implementação para bancos e instituições financeiras. O modelo traça uma ponte de comunicação entre diferentes organizações, onde o compartilhamento de dados sensíveis é coordenado pelo seu dono, o usuário. 

Investir em open finance é, portanto, acelerar negociações e simplificar transações monetárias a nível nacional e internacional, otimizar plataformas financeiras para o entendimento do usuário e facilitar a negociação de ativos. 

Esse texto foi originalmente desenvolvido pela equipe do blog Guia de Investimento, onde você pode encontrar centenas de conteúdos informativos sobre diversos segmentos.

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