Black Friday 2017 valeu a pena ou foi mais uma “Black Fraude”?

Black Friday 2017 valeu a pena ou foi mais uma “Black Fraude”?

Mais uma Black Friday se passou e deu muito do que falar. Conforme viemos acompanhando, o movimento começou desde cedo neste ano, já que boa parte das lojas fizeram suas campanhas de “Black November” desde os primeiros dias do mês, mesmo sabendo que a Black Friday ocorreria somente na última sexta-feira de Novembro.

O histórico da Black Friday do Brasil é de crescimento e polêmica. Desde 2011, a data chegou para impactar o comércio às vésperas das festas de final de ano, porém, muita gente pegou carona nisso para atrair clientes a consumirem ainda mais, com falsas propagandas. Por conta do rápido crescimento, até inesperado, muitas lojas já sofreram muito com a infraestrutura e o atendimento necessário nessa data com volume de compras tão grande. Isso acabou gerando um novo apelido para a Black Friday: “Black Fraude – Tudo pela metade do dobro”. Mas as lojas se mobilizaram e prometeram criar ações reais neste ano. Será que foi isso mesmo que aconteceu?

Em relação às vendas, conforme expectativa e retomada da economia, a quinta edição da Black Friday no Brasil teve aumento nas vendas. Porém, junto disso, aumentaram também  o número de reclamações. Em balanço feito pelo Reclame AQUI, foram 3.503 reclamações, 17,1% a mais do que 2016. O maior motivo das reclamações foram justamente as propagandas enganosas. Além do Reclame AQUI, o Procon-SP também registrou um número expressivo de reclamações na data. Foram 633 atendimentos.

As lojas continuam apresentando descontos irreais, conforme estes vistos abaixo:

A Folha fez um acompanhamento de preços desde o mês passado para acompanhar o comportamento das lojas perante a proximidade da Black Friday. Ao todo, foram rastreados 719 produtos, e destes, praticamente metade (347), eram de falsas promoções (produtos tiveram preços elevados para a data especial).

Observando comportamento de preços, é interessante observar do fenômeno que havíamos comentado: outubro e começo de novembro, seja por ação estratégica ou pelo número de queda nas vendas, a loja reduz o preço do produto, muitas vezes até no menor patamar já alcançado. Se aproximando da data da Black Friday, a loja volta a subir o preço. Na Black Friday o preço do produto tem um desconto (e toda uma ação de marketing em cima disso, muitas vezes anunciado como único e imperdível), porém, muitas vezes que não chega nem perto do desconto oferecido anteriormente.

Neste exemplo, o produto teve, nos últimos 40 dias, seu menor valor entre os dias 27 e 31 de Outubro, no valor de R$ 183,39. A partir do dia 08 até o dia 22 de Novembro o preço foi elevado para R$ 207,93. No final de semana da Black Friday o preço chegou em R$ 189,99.

Neste próximo exemplo, pegamos o histórico do preço dos últimos 6 meses. Vemos que o menor valor já apresentado foi entre julho e agosto:

Mesmo passada a data oficial da Black Friday, é interessante reparar que algumas lojas, físicas e virtuais, ainda mantêm suas promoções para a data, seja por ser o Black November ou por ser a prorrogação da “Sexta-feira Negra”. Ou seja, a tão falada exclusividade dos descontos vem perdendo esse ponto cada vez mais.

 

É interessante observar também que, assim como nos EUA, que tem na segunda-feira pós Black Friday o Cyber Monday, algumas lojas brasileiras também se apropriaram da data. A ideia da data é ser uma ação de vendas online. Por aqui ela chegou em 2012. E da mesma maneira como algumas lojas brasileiras adaptaram a Black Friday para ou o mês todo ou uma semana inteira, na Cyber Monday também vemos algo parecido:

Novamente é comparar preços e verificar a necessidade da compra, pois muitas promoções são “só para inglês ver”.

Além disso, de acordo com alguns especialistas em varejo, a Cyber Monday vem cada vez mais perdendo a importância, por conta da disseminação do comércio eletrônico. Segundo eles, não é mais necessário esperar uma data pontual para estar a frente do computador e fazer compras.

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