Você sabe o que é IGM-P?

Você sabe o que é IGM-P?

O brasileiro médio tem se voltado cada vez mais para o mundo financeiro, procurando soluções no sentido de economizar ou ao menos de compreender melhor alguns elementos que podem impactar sua vida empresarial e pessoal, como o IGMP.

Sigla para Índice Geral de Preços do Mercado, o que essa fórmula faz é algo absolutamente fundamental para qualquer economia desenvolvida. 

Trata-se de registrar a inflação de vários preços referenciais do mercado como um todo.

Sendo assim, desde a matéria-prima das indústrias primárias, passando pela comercialização típica dos setores secundários até o setor terciário com suas prestações de serviço, como uma imobiliária de bairro que faz aluguel de salas comerciais.

Tudo isso passa por inflações naturais, às vezes maiores por conta da má administração do Bacen (Banco Central) ou mesmo por conta de crises e recessões, às vezes menores, quando o mercado e o panorama geral estão mais propícios.

O fato é que sem um subsídio metodológico como o da fórmula IGM-P, ficaria muito difícil conseguir se orientar no mercado financeiro, inclusive no sentido de tentar prever e projetar cenários futuros, mesmo que com margens aceitáveis de erro,

O mais incrível é justamente que essa fórmula permite uma aplicação tão sortida, que vai desde bens de consumo, como os valores que uma pessoa comum encontra ao ir no mercado comprar alimento, até insumos altamente técnicos e nichados.

Por exemplo, o couro que compõe a parte de confecção de um banner em lona para fachada, como algo que se relaciona diretamente com o setor primário no seu sentido mais extrativista ou agropecuário, de curtimento de peles e partes.

Justamente por isso é que ficamos tão satisfeitos de poder escrever este artigo sobre o IGM-P, explicando não apenas o que ele é, mas também como esse registro de preço funciona, de modo que qualquer empresário possa aplicá-lo eficientemente.

Lembrando que além dessa função natural que ele tem perante empresários e profissionais da área de finanças, investimentos e economia em geral, ele também é aplicado a alguns contratos, como modo de mensurar eventuais aumentos fixos.

Por exemplo, o valor mensal do contrato de aluguel de sala privativa pode ser medido pelo IGM-P, o que significa reajustar a mensalidade com base nas oscilações da fórmula. 

O mesmo pode valer para planos de saúde, seguros de bens e imóveis e até tarifas públicas.

Diante disto, se o interesse do leitor é justamente o de compreender de uma vez por todas como é possível aplicar o IGM-P de modo a mudar consideravelmente sua própria relação com a economia e a inflação do país, então basta seguir adiante até a última linha.

Qual a origem do IGM-P?

Pouca gente sabe, mas essa fórmula é calculada pela Fundação Getulio Vargas (FGV), desde 1940, tudo com base em uma quantidade realmente impressionante de pesquisas e levantamentos que precisam ser feitos, muitos deles in loco.

Portanto, como a FGV vai captar números e dados, não se trata de fazer uma simples pesquisa pela internet, mas de ir a campo coletar e contabilizar os números na fonte.

Seria como a diferença entre simplesmente estudar técnicas de venda, ou então ir para um balcão de venda e confrontar pessoalmente dezenas de pessoas em um dia. Obviamente, no segundo caso o esforço é bem maior e mais amplo.

Em termos mais técnicos, a fórmula é composta por outros índices primários, como o do famoso IPA-M (Índice de Preços por Atacado – Mercado), calculado numa importância de 60%.

Outro índice incluído é o de IPC-M (Índice de Preços ao Consumidor – Mercado), na razão de 30%. Além do INCC-M (Índice Nacional do Custo da Construção – Mercado), com peso de 10%.

Sem nos esquecermos de que a própria pesquisa de preços também é realizada pela FGV, com base em pesquisas levantadas entre o dia 21 de um mês anterior, e naturalmente, o dia 20 do mês corrente, para que não haja desnível ou falta de sincronia.

Além disso, o cálculo é capaz de trazer dados e variáveis cada vez mais próximos da realidade, sobretudo quando falamos nos valores de bens de consumo e outros elementos eminentemente populares, do comércio no varejo, por exemplo:

  • Frutas e legumes;
  • Fumos e bebidas;
  • Remédios e similares;
  • Recreação e leitura;
  • Roupas e calçados;
  • Transportes e afins.

Sendo assim, cada custo mais habitual que uma pessoa ou família média pode ter é algo que vai ser mensurado no sentido de investigar os menores índices de inflação detectáveis no mercado como um todo.

Outros valores podem incluir preços de condomínio, taxas de cartório, loteria, gastos com educação e muitos outros que seguem na mesma linha. 

O que também pode ter um impacto bastante positivo em uma empresa, como veremos adiante.

As principais aplicações

Vimos que o índice foi criado em 1940, pela própria FGV. Desde então ela passou a emiti-lo como base para reajustes em diversos tipos de contratos, como tarifas de água ou de energia elétrica, contratos de locação e até mesmo seguros e planos de saúde.

Na realidade de uma empresa ela pode contribuir para o monitoramento de custos em geral e movimentação natural e previsível de preços.

Sua eficiência é bastante grande, haja visto que quanto maior estiver a projeção do período atual em relação ao anterior, maior será o IGM-P, sinalizando proporcionalmente as taxas de inflação, isto é, o próprio Índice Geral de Preços do Mercado.

Por exemplo, se um empresário quer fazer uma abertura de empresa simples, ou se um contador tem dezenas de clientes para atender nessa modalidade, ele consegue puxar com facilidade o índice dos cartórios mais próximos.

Lembrando que ele também pode ser aplicado em um contexto maior, já que toda sua natureza é justamente a da macroeconomia, servindo perfeitamente para grandes investidores e até empresas presentes na Bolsa de Valores.

De fato, escritórios de corretagem de ações que fizeram IPO (Initial Public Offering), que é a Oferta Pública Inicial como primeira rodada na Bolsa, precisa de subsídio para sondar os índices que o IGM-P indica com bastante precisão.

Os próprios investidores, quando vão estudar o mercado e suas pastas de investimento, precisam entender melhor títulos como os de renda fixa, cuja base é totalmente atrelada à inflação macroeconômica do país.

Com isso é possível defender-se da desvalorização das próprias ações, e no fim das contas, do próprio dinheiro que está investido.

Sobre o IGM-P anual

Já vimos que as alterações do índice são consideradas mensalmente, mas isso não quer dizer que a projeção do próprio IGM-P não tenha uma importância muito grande em termos anuais.

Para mensurar essa importância basta considerar as taxas dos últimos anos, que revelam de maneira bastante ilustrativa as variações de mercado que tivemos.

Na prática, esses percentuais se aplicam a praticamente todo comércio ocorrido no mercado naquele período, tanto de produtos quanto de serviços.

Por exemplo, se uma pessoa ganhou um salário específico no fim de dezembro e foi investi-lo só no ano seguinte, na área de cursos online, é possível que ela tenha sentido o peso da desvalorização, refletida no aumento percentual do IGM-P.

Por exemplo, do ano de 2010, que registrou 11,3% de inflação, para 2015, que registrou 10,5%, a mudança foi bem pequena. Contudo, um ano antes, em 2014, a taxa havia sido de 3,6%.

Portanto, as pessoas não teriam notado caso o cenário tivesse saltado de 2010 para 2015, contudo como em 2014 foi bem menor, o peso ao chegar em 2015 certamente foi maior.

Por dentro do IPCA

É interessante tratar do IGM-P comparativamente em relação ao IPCA, pois isso também serve para demonstrar a eficiência do primeiro índice.

No caso do IPCA temos um Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, cuja função principal tem um papel bastante parecido no sentido de mensurar as oscilações de mercado.

A diferença é que o IGM-P é mais abrangente, por exemplo abarcando a área de construção, que pode ir desde construções civis enormes até a reforma de uma fachada de loja moderna.

Ao passo que o IPCA tende a se focar apenas no setor terciário, especialmente no que diz respeito aos preços praticados diretamente com os consumidores finais.

Além disso, quem regula ou monitora todas as diretrizes do IPCA é o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), uma frente governamental.

Como conferir o IGM-P?

Acompanhar os valores desse índice mês a mês é algo bastante simples, haja vista que a própria FGV divulga isso em seu website oficial.

Portanto, empresas que já têm o costume de verificar dados e levar a sério índices externos, tal como aquelas que sempre fazem compliance empresariais, podem implementar esse costume sem grandes dificuldades.

Além de que o portal digital da FGV também disponibiliza legendas dinâmicas e até materiais que servem como subsídio para quem deseja entender melhor o assunto

Conclusão

Sendo assim, ainda tem muita gente que nunca ouviu falar no IGM-P, o nosso Índice Geral de Preços do Mercado, mensurado pela FGV, mas ele pode ajudar e muito nas finanças de uma empresa.

Com as informações e dicas que trouxemos abaixo, fica mais fácil compreender como ele se relaciona efetivamente com esse mundo corporativo e até de investimentos.Esse texto foi originalmente desenvolvido pela equipe do blog Guia de Investimento, onde você pode encontrar centenas de conteúdos informativos sobre diversos segmentos.

Fechar Menu