O Futebol é uma verdadeira paixão nacional. Sem sombra de dúvidas, é o esporte número 1 aqui no Brasil, o que faz justamente, por ser o que mais atrai a atenção das pessoas, ser também o que mais movimenta dinheiro. A paixão fica ainda maior quando chega a tão esperada Copa do Mundo. De quatro em quatro anos as melhores seleções do mundo se enfrentam em busca da taça de campeão do mundo, e a seleção brasileira é a maior vencedora, com 5 conquistas.
A competição é considerada de tanta importância que os dias de jogos chegam quase a ser feriados, pois aulas são suspensas, funcionários são liberados mais cedo e as ruas ficam quase desertas. Muita gente acaba se reunindo com amigos e familiares para assistirem juntos, seja nas próprias casas, fazendo churrasco ou pipoca, ou até em bares e restaurantes, que fazem eventos e promoções específicos para transmissão dos jogos.
No período que antecede a Copa e nos dias dos jogos, é muito comum ver pessoas usando camisa da seleção e colocando bandeiras nas casas e nos carros. Na hora do jogo, também é muito comum ouvir fogos, apitos e cornetas. Ou seja, de quatro em quatro anos o país praticamente para para ver os jogos do Mundial.
Obviamente, os estabelecimentos comerciais fazem toda uma campanha nessa época. Lojas fazem divulgações utilizando as cores da bandeira do Brasil, colocam camisas e acessórios nos manequins e vendem produtos com este tema. Além dos acessórios e uniformes, um segmento de lojas que também acaba fazendo várias campanhas nessa época é o que vende móveis e eletrodomésticos. Diversas propagandas e anúncios são criados para fazerem as pessoas trocarem seus sofás e televisões pelos melhores modelos do mercado, para que possam assistir a Copa no maior conforto e qualidade.
No supermercado, também costuma-se criar uma sessão cheia de alimentos e bebidas que combinam bem com a hora do jogo. Latinhas de cerveja e refrigerantes personalizadas, jogadores aparecendo no rótulo de embalagens de vários snacks e, claro, os adereços.
Quem gosta de assistir o jogo fora de casa também acaba ficando cheio de opções. Bares e Restaurantes colocam telões e várias televisões, com Happy Hour especial para a hora do jogo. Algumas cidades colocam telões em praças públicas. Até alguns cinemas reservam algumas de suas salas para transmissão dos jogos.
Fizemos, portanto, uma pesquisa para analisar o perfil do consumidor neste período de jogos.
Onde você assiste os jogos?
Como primeira impressão, já vemos que muitas pessoas assistem aos jogos de futebol somente durante a Copa. E que muitas outras não assistem nunca, independentemente das faixas etárias dos entrevistados.
Ao selecionar apenas as pessoas que ficam em casa durante os jogos, perguntamos como as pessoas viam os jogos (qual meio era utilizado para ver os jogos). Pelo gráfico acima, percebemos que a maioria das pessoas utilizam a TV aberta. Pelas idades, vemos que entre 20 e 25 anos, a proporção dos que assistem pela TV aberta é a maior dentre todas as idades (mais de 60%).
Vemos também que as pessoas geralmente assistem aos jogos em casa, seja por economia, ou por conforto de simplesmente poder pausar o jogo, ir ao banheiro, deitar em sua cama, etc. A proporção de pessoas que assistem em bares ou restaurantes ainda é baixa, e além disso, é observado que essas pessoas são em sua maioria, maiores de 30 anos.
Comes e Bebes
Dos que compram algo durante os jogos, incluem as pessoas que compram coisas para comer/beber (snacks, bebidas alcoólicas ou não, camisas, vuvuzelas ou adereços para comemoração no geral). A maioria das pessoas entre 20 e 25 anos gasta entre 20 e 30 reais, enquanto as pessoas de 25 e 30 anos preferem gastos entre 10 e 20 reais. A proporção de pessoas que não compram nada é maior na faixa etária dos maiores de 30 anos.
É interessante observar-se também que, de acordo com as respostas, o quanto, em média, cada pessoa gasta. Dos que assistem jogos nas casas de amigos ou familiares, 70% gastam mais que R$ 20, enquanto dos que assistem jogos em suas próprias casas, apenas 52% gastam acima dos R$ 20. Já o pessoal que assiste em bares e restaurantes possuem faixas de valores mais diversificadas, sendo que apenas 36,4% gastam abaixo dos R$ 25:
Pegando um gasto médio de R$ 20 por jogo, e considerando que o Brasil vá até a final, o valor total gasto acumulado será de R$ 140!
Produtos para torcer
De acordo com a pesquisa, um número considerável de pessoas (cerca de 25%) acaba comprando produtos relacionados à Seleção Brasileira para torcer. Desses itens, os mais citados foram: Camiseta (67%), Bandeira (45,3%) e Cornetas e apitos (44,3%).
Em relação aos gastos com estes itens, mais da metade das pessoas (60,4%) gastam até R$ 100.
Televisão
Aproveitando a temática acima, perguntamos para os entrevistados sobre os produtos eletrônicos relacionados à copa (televisão, principalmente). Muitos responderam que não irão trocar seus televisores nesta época.
Porém, dos que trocaram (ou irão trocar) somente por causa dos jogos, é visto pelo gráfico acima que a maioria está disposta a gastar até 5000 reais (preço relativamente alto para um televisor). Percebemos também que estes preferem comprar em lojas físicas, e que a grande maioria pesquisa os preços antes (mais de 90%).
Planeje-se
Resumindo, o comércio tem muito a comemorar nessa hora, pois as pessoas acabam se deixando levar pela emoção e pela torcida. Por isso, cabe a cada consumidor ter uma boa noção e um bom planejamento do quanto pode gastar nessa época.
A primeira coisa a fazer é, de acordo com os gastos e receitas dos últimos meses, e de acordo com a sua atual situação financeira, verificar se há dinheiro para gastar com isso. Caso contrário, utilizar a boa e velha televisão para assistir de casa é a melhor opção.
Para quem for optar por fazer churrascos ou ir à bares e restaurantes, é importante fazer um orçamento e pesquisar os preços e promoções, para que possa aproveitar da melhor forma possível. Como os lugares costumam lotar, vale a pena ligar, entender como será o esquema e verificar os preços.
Não se esqueça que se o Brasil chegar até a final, serão 7 jogos, que se distribuem entre metade de junho e metade de julho. Se o orçamento não for bem trabalhado, o bolso pode acabar sentindo no final.
O artigo foi produzido pelo fundador da GFC – Gestão Financeira Criativa, Victor Barboza, e também teve a colaboração da Ana Alice Scalet, graduanda do curso de Estatística da Unicamp e pesquisadora de iniciação científica no Núcleo de Estudos de População da Unicamp (NEPO).