Mesmo tendo passado por crises nas últimas décadas, o Brasil é um país que tem um mercado aquecido, especialmente quando falamos em casas, carros e bens de alto valor agregado. Daí a importância de falar sobre financiamento e consórcio.
De fato, várias pesquisas comprovam que o crescimento dessas formas de pagamento é um sucesso entre nós.
Um exemplo é o levantamento da ABAC, que é a Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios.
Ele demonstra que mesmo após a crise da pandemia de 2020, o setor cresceu 8,8% em termos de participantes ativos, e quase 18% em termos de contratos ativos.
Assim, já são mais de 12 bilhões de reais que são movimentados anualmente por meio de consórcios.
Além disso, a busca por termos como investimento a longo prazo, diferenças entre renda fixa e renda variável e até avaliacao patrimonial a valor de mercado deixam claro como as pessoas estão usando a internet para evoluir em termos de educação financeira.
No tocante ao financiamento não é diferente. Segundo a Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança), na crise o setor cresceu 57%, e no último período nada mais do que 113%, graças ao crédito liberado por bancos.
Também é aí que surge a importância de diferenciarmos o universo dos financiamentos do universo dos consórcios, especialmente para que cada um possa entender qual é o mais recomendado para o seu próprio caso, sem generalizações.
Lembrando que tudo depende do orçamento de cada um, mas também das disposições da própria transação que será feita, bem como de suas razões principais.
Assim, falar em compra de um carro ou em construcao de casa de campo pode fazer toda diferença.
Por isso, decidimos escrever este artigo, trazendo aqui alguns conceitos preliminares sem os quais é muito difícil entender por que essas modalidades são tão diferentes.
Além de dicas e conselhos que qualquer um pode (e deve) levar em conta na hora de decidir.
Portanto, se você quer entender melhor essas questões, fazendo uma escolha segura acerca de produtos tão importantes quanto uma casa ou um carro, basta seguir adiante.
O que está em jogo?
Somente após a Revolução Industrial e a produção de bens de consumo em velocidade acelerada é que o sistema bancário se desenvolveu tanto quanto hoje.
Embora ele tivesse raízes mais profundas (que remontam à idade Média e ao Renascimento), o conceito de juros foi fundamental para o desenvolvimento das nações.
Hoje a incidência dos juros em uma dívida é um fator essencial, tão importante quanto o valor das parcelas e o montante geral que será emprestado a uma pessoa física ou jurídica.
Porém, há situações em que os juros são um fator simples, e outras em que ele é mais complexo.
Basta compararmos o serviço de manutenção de cambio BMW 320 com a venda de um carro do mesmo modelo, que é consideravelmente mais cara.
Assim, em alguns casos a forma de pagamento vai influenciar no valor total, no tempo para término do pagamento de mensalidades e em vários outros pontos, como ficará claro adiante.
O importante é perceber, desde já, que o que está em jogo quando falamos nas diferenças entre financiamento e consórcio não é apenas uma modalidade de pagamento, mas a segurança em uma decisão fundamental da vida de qualquer um.
Sobre o financiamento
Poucas pessoas têm condições de comprar um bem com valor agregado muito alto à vista, ou seja, dar todo o valor que aquele produto custa.
É justamente aí que surge a realidade do financiamento, que geralmente ocorre por meio de um cadastro pautado por uma checagem completa das condições de pagamento, e de poder de compra, de cada pessoa.
O que a instituição credora quer é ter certeza de que quem vai contrair o empréstimo tem condições de quitá-lo com sucesso, sem cair no famoso grupo de maus pagadores e inadimplentes.
Hoje há empréstimos para diversas finalidades, não apenas compra de casa (crédito habitacional) ou carro (crédito automotivo), mas também serviços mais simples como instalar uma cobertura para estrutura metalica galpao.
Em termos técnicos, as modalidades mais conhecidas são:
- Crédito pessoal;
- Empréstimo consignado;
- Crédito estudantil;
- Crédito consolidado;
- Antecipação de 13º salário.
O ponto fundamental é que o valor será pago integralmente a quem possui o bem ou presta o serviço, ao mesmo tempo em que começarão a correr as mensalidades pré-estabelecidas perante o credor, que é quem fez o empréstimo via financiamento.
É aí que entram os juros, que geralmente são maiores em proporção às parcelas. Porém, nem sempre é assim, de modo que é preciso ver se cabem negociações.
Entenda o consórcio
Se com o financiamento a parte vendedora ou prestadora de serviços recebe o valor à vista, aqui muda um pouco, o que traz consequências também para quem contrai a dívida.
O que ocorre é que se trata de algo como um leilão, então você vai precisar ser contemplado, embora já comece a pagar assim que o consórcio se inicia.
O ponto fundamental aqui é que a vendedora ou prestadora até recebe o valor à vista, mas isso vem da parte de um grupo de pessoas, cuja administração é feita por um gestor do grupo, com a função de garantir que todos os lados sejam favorecidos.
Já aqui serviços ou produtos com valor agregado menor não têm muito espaço. Como vimos, o serviço de blindagem carros certamente é muito mais em conta do que comprar o mesmo carro, então os consórcios não operam transações assim.
Hoje os consórcios costumam oferecer a contemplação tradicional que é por sorteio mensal, mas há também uma “válvula de escape”.
Nela o que você faz, caso queira sair do consórcio e obter o bem, é antecipar as parcelas e quitar a dívida.
Esse é um recurso que precisa ser melhor compreendido e negociado com o gestor do consórcio, para que não haja surpresas ou insatisfações de nenhuma das partes.
Quais as diferenças?
Até aqui as principais diferenças já ficaram bem claras, mas é possível aprofundar, de modo que você entenda quais serão as mais importantes na hora da decisão e depois dela.
A questão essencial tem a ver com preços e prazos, como era de esperar. No caso do financiamento você lida com preços mais rígidos e pré-estabelecidos de modo bastante engessado, embora alguns permitam antecipação de mensalidades.
O fato é que é típico do financiamento lidar com valores não tão maleáveis, já o consórcio permite uma customização um pouco maior nesse tocante, com a desvantagem de que você não terá acesso imediato ao bem em questão.
Por outro lado, se o financiamento tem juros, geralmente os consórcios não, já que se trata de um grupo de pessoas com o mesmo interesse.
Por isso, é comum instituições anunciarem consórcios, até com flyer de divulgacao e anúncios parecidos.
Ao mesmo tempo, essas instituições cobram algumas taxas de administração, mas elas não chegam a ser tão pesadas quanto um sistema bancário de juros.
Outra diferenciação bacana e importante é que no financiamento a dívida está presa a um bem específico, seja casa, carro ou o que for. Já no consórcio a “carta de crédito” tem múltiplas finalidades, que vão além do bem em si.
Tanto que é comum as pessoas usarem essa modalidade como modo de economizar dinheiro ou fazer investimento.
Entretanto, no financiamento você cria laços com o bem em si, que inclusive é parte integrante da análise de crédito, lá nas etapas iniciais que citamos.
Dicas gerais bem úteis
No fundo, a diferença entre financiamento e consórcio diz respeito mais a quem vai contrair a dívida ou crédito do que às modalidades consideradas em si mesmas.
Não basta dizermos que um empréstimo pode ajudá-lo a trocar o assoalho de madeira da sua casa, é preciso deixar claro que toda contração de dívida é complicada e envolve fatores diversos.
Dependendo do ponto de vista, não existe uma modalidade certa e outra errada, mas apenas as intenções de cada um de nós.
É verdade que as taxas podem mudar consideravelmente, bem como as regras de acesso ao bem em questão.
No entanto, isso só reflete a rotina da instituição que está envolvida. Uma dica infalível é estudar muito a própria fama dessa instituição, seja ela um banco ou um grupo de consórcio. A internet está aí para ajudar a analisar a idoneidade da contraparte.
Outra dica de ouro é a dos 30% da renda, que você deve aplicar como maneira de entender que nenhuma mensalidade pode superar esse percentual da sua renda total.
Considerações finais
Enfim, o Brasil vive um momento aquecido de busca por crédito e modos de ter acesso a bens de valor agregado alto.
Há pessoas buscando soluções que vão desde investir na Bolsa de Valores, em firmas de impressao digital até novas formas de conseguir contrair dívidas de modo seguro.
Por isso, é importante conhecer o universo dos financiamentos e dos consórcios, tal como propusemos aqui.
Com as dicas que trouxemos, você vai fazer isso com segurança e tranquilidade, realizando um sonho de compra sem passar por transtornos futuros.
Esse texto foi originalmente desenvolvido pela equipe do blog Guia de Investimento, onde você pode encontrar centenas de conteúdos informativos sobre diversos segmentos.