Obter crédito após entrar em inadimplência é um verdadeiro desafio. Segundo o Serasa, 61,4 milhões de brasileiros que encerraram o ano passado endividados vão sentir na pele essa complexidade ao pedir um empréstimo.
Em 2020, as transações em aberto mais representativas dos brasileiros, de acordo com o Serasa, foram feitas em Utilities (luz, água e gás), Telecom, Varejo e Bancos & Cartões.
Alguns inadimplentes foram beneficiados por setores que ampliaram os prazos de quitação, como as financeiras, e com a proibição de corte de serviços prestados pelas fornecedoras de utilities. Outros até conseguiram usar o Auxílio Emergencial para quitar as dívidas, o que fez com que 2020 registrasse, pela primeira vez em quatro anos, uma queda no total de inadimplentes.
Apesar disso, o cenário não é favorável para os que continuam inadimplentes: quanto mais eles demoram para pagar uma dívida, mais ela aumenta e, em contrapartida, o crédito diminui, tornando mais longínqua a chance de sair do cadastro de devedores.
Felizmente, nem tudo está perdido. Alguns players se arriscam no mercado de empréstimo para negativado, ajudando os brasileiros a sair do buraco.
Como funciona o empréstimo para negativado?
Mesmo que você esteja com o nome negativado, ainda é possível conseguir um empréstimo pessoal. Alguns bancos e operadoras oferecem possibilidades para ofertar o dinheiro com uma garantia de que o pagamento acontecerá.
As mais comuns destinadas a quem está com o nome sujo são:
- Empréstimo consignado
- Empréstimo com garantia (imóvel ou veículo)
- Empréstimo para autônomo negativado
- Empréstimo com cheque
- Empréstimo sem comprovação de renda
Para qualquer uma das linhas de crédito, o cliente passará por uma análise que verificará o tipo de dívida pendente, o histórico de inadimplência e uma análise de crédito.
Alguns tipos de dívidas (como Utilities e Varejo) são mais facilmente aceitos. Se tratar da primeira dívida do cliente, as chances aumentam. E se houver potencial de pagamento, é muito mais provável conseguir um empréstimo, mesmo com o nome sujo.
A desvantagem é que, na lógica das financeiras, clientes negativados apresentam maior risco de calote, e, portanto, devem pagar juros mais altos. A contratação de crédito com garantia pode ajudar a amenizar as taxas, mas com certeza elas não serão tão atrativas quanto para clientes com um score alto.
Como solicitar empréstimo para negativado?
Graças à tecnologia, é possível entrar com um pedido de empréstimo sem sair de casa, realizando com segurança a operação via Internet.
Independentemente da instituição financeira com a qual você pretende negociar, os documentos exigidos são os de praxe, como RG, CPF, comprovante de residência, comprovante de rendimentos, CLT e, no caso de autônomos e empresários, extrato bancário.
É preciso fazer um cadastro dos dados pessoais do usuário no site escolhido para solicitar o empréstimo, juntamente com os documentos, e informar a quantia desejada, além de responder algumas perguntas.
Atualmente, é possível receber um retorno sobre as linhas de crédito disponíveis para o indivíduo em menos de dois minutos. Caso a oferta seja interessante, o aceite é feito on-line e o dinheiro cai na conta no prazo estipulado.
Como não cair em roubadas?
Como os empréstimos para negativados contam com altas taxas de juros, é preciso avaliar se essa é a melhor saída para conseguir dinheiro e organizar as finanças. Caso contrário, o cliente pode se endividar ainda mais e complicar a sua situação.
Além disso, o público que busca esse tipo de empréstimo tende a estar mais vulnerável a fraudes.
Só o golpe que oferece falsos empréstimos pelo WhatsApp cresceu 198% entre 2017 e 2019, apontam dados do site Reclame Aqui. Com a popularização das chamadas fintechs, é possível que este número seja ainda mais expressivo nos últimos anos.
Quem vai contratar uma linha de crédito deve buscar bancos, financeiras e seus representantes oficiais que sejam autorizadas pelo Banco Central do Brasil para tal. Também é preciso conferir a segurança do site, a reputação da instituição e jamais realizar pagamentos antecipados.
O ideal é que, após quitar as dívidas e sair do cadastro de inadimplentes, o consumidor consiga se reorganizar financeiramente e evitar novos endividamentos.