A Guerra pelo 13º

A Guerra pelo 13º

Trabalhadores que possuem carteira assinada receberam até a última sexta-feira, dia 30 de Novembro, a primeira parcela do 13º Salário. A segunda parcela deverá cair até o dia 20 de Dezembro. Se formos ver isso em números, de acordo com o Diese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), 84,5 milhões de trabalhadores têm direito ao benefício.

Fazendo uma conta rápida, considerando que o salário médio do brasileiro está em R$ 2.112 (levantamento do salário médio em 2017, segundo o IBGE), de décimo terceiro, seriam entregues mais de R$ 178 bilhões para os CLT’s. Esse número faz os olhos do comércio e dos serviços brilharem, e, mais do que isso, travarem uma verdadeira guerra para conquistar a sua fatia.

O gráfico abaixo, do IBGE retrata bem como essa época do ano é importante para os negócios. Considerando o comércio varejista, temos uma curva mostrando (de 2000 até o momento), diversos picos, espalhados uniformemente, que retratam sempre o Dezembro do respectivo ano:

Comércios e Serviços

Para os prestadores de serviços e principalmente quem fabrica e vende produtos, essa época do ano tem enorme importância, e mais do que isso, os resultados desses meses de final de ano impactam diretamente sobre como será o próximo ano.

Trata-se da época próxima às festas de final de ano, nas quais as pessoas já pensam nos presentes, nos preparativos para as festas, nas viagens, e, até por isso, o comércio estende seus horários de funcionamento.

O prestador de serviços ou o estabelecimento comercial deve focar em boas ações de marketing, trazer para perto seus clientes e por último, porém não menos importante, se planejar e controlar as finanças de maneira muito eficiente. Por mais que os números possam parecer muito melhores que o resto do ano, a reserva financeira para o ano que está por vir e o redirecionamento do dinheiro para quitação de dívidas e investimentos que farão o negócio crescer é vital.

Consumidores

Já trouxemos levantamentos e pesquisas que mostram que boa parte dos brasileiros tem dívidas financeiras. Em relação ao 13º, o SPC fez um estudo que revela que, em 2018, com o benefício, 27% dos brasileiros pretendem utilizá-lo como recursos extra para economizar ou investir, 23% querem utilizá-lo para fazer as compras de Natal, e 17% pretendem pagar dívidas atrasadas, o que mostra que o que deveria ser priorizado está, na verdade, sendo deixado como última opção.

Do ponto de vista do consumidor, o 13º pode criar uma sensação de poder gastar mais, porém, isso precisa ser muito bem planejado. Em primeiro lugar, é preciso levantar a atual situação financeira para fazer o planejamento de qual será o uso do 13º. Quem tem dívidas deve levantá-las e fazer um plano e considerar esse dinheiro a mais como uma oportunidade de negociar as dívidas para reduzir os juros e poder ter uma boa economia. Quem não tem dívidas deve buscar levantar quais serão os gastos provenientes de começo de ano, como IPTU, IPVA, material escolar, matrículas, e, aproveitar para já separar quantias para esses pagamentos, lembrando que pagando a vista tem desconto! Por fim, se ainda sobrar uma quantia, vale levantar os objetivos e realocar o dinheiro para isso: viagem, presentes, reserva de emergência, investimentos de maior prazo, e por aí vai. Resumindo, o importante é primeiro levantar tudo e só depois sair usando o dinheiro.

Uma observação importante é verificar o verdadeiro valor que cairá na sua conta referente ao décimo terceiro, pois podem haver descontos que façam com que o valor nominal seja diferente do valor líquido que cairá na sua conta. De maneira geral, a primeira parcela não tem nenhum desconto (o trabalhador recebe 50% do seu salário), enquanto que sobre a segunda parcela há desconto do INSS e do Imposto de Renda.

Vale lembrar que todos sabem que o volume de dinheiro aumenta nas mãos das pessoas nessa época do ano, e travavam a famosa “Guerra pelo 13º”.

 

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