Uma das principais dúvidas de pessoas que vão fazer uma viajem internacional é qual o melhor momento para comprar dólar ou outra moeda estrangeira. A oscilação da cotação das moedas faz com que, em um curto período de tempo, possa haver uma grande diferença no valor total pago.
Os “tipos” de dólar
Porém, quem costuma buscar as cotações, já deve ter se reparado em três nomenclaturas diferentes: dólar comercial, dólar turismo e dólar paralelo.
O dólar comercial, que costuma ser a cotação noticiada nos jornais, é a cotação utilizada pelos governos e pelas grandes empresas, sendo referência para as exportações e importações. O dólar turismo é o praticado pelas casas de câmbio, reservas de hospedagens, passagens e compras feitas no cartão durante a viagem. Ele costuma ser maior que o dólar comercial por ter agregado ao seu preço as taxas relativas à operação. Por fim, o dólar paralelo é utilizado apenas em compras e vendas realizadas fora de estabelecimentos oficiais.
Mas por quê as cotações variam?
A cotação do dólar, representa, no final das contas, à quantidade de reais necessária para adquirir a moeda norte-americana. Basicamente, é a relação oferta x demanda sendo colocada em prática. Quando há um aumento no volume de interessados em adquirir a moeda, seu preço tende a subir. No oposto, quando a moeda vem sendo pouco negociada, seu preço tende a cair.
Mais do que isso, o dólar acaba sendo sensível a fatores econômicos e políticos. Cenários de instabilidade e recessão tendem a causar aumentos na cotação do dólar. Isso significa que o real perdeu força em relação à moeda norte-americana. Já em momentos com a economia em crescimento, a cotação do dólar se mostra em queda, tendendo a aproximar cada vez mais a cotação do dólar com o real.
Para evitar oscilações ainda mais fortes, o governo pode agir, a fim de controlar o preço e amenizar os impactos na economia como um todo.
Ninguém possui uma bola de cristal para cravar qual é o melhor momento para a compra do dólar. As expectativas e projeções do cenário econômico, alinhado às tendências, podem facilitar na tomada de decisão. Porém, mesmo assim, não é nada garantido, por isso, para amenizar impactos negativos de comprar no momento errado, seguem abaixo algumas dicas para quem está buscando comprar dólar ou qualquer outra moeda estrangeira:
1) Faça um planejamento de quanto será necessário
Antes de sair comprando dólar ou outra moeda estrangeira, é importante ser feito um orçamento da viagem. Levante os gastos (na moeda do país de destino) que aparecerão, na forma de um orçamento, com o levantamento dos gastos como hospedagem, passagem, transporte, compras, alimentação. Estipule, então, o valor total que será necessário, e a partir deste valor, a operação de câmbio será programada.
2) Acompanhe a cotação
Definido o orçamento, chegou a hora de pesquisa de cotação para entender como está o comportamento da cotação da moeda. Existem diversas ferramentas que mostram não só a cotação do momento, como o gráfico com o histórico dos preços. São algumas opções: Uol Economia, Investing.com e Yahoo Finanças. Verifique se o preço está num momento de alta ou de baixa.
E, para facilitar neste processo e evitar inclusive o esquecimento de acompanhar a cotação, existem ferramentas que enviam um alerta quando a cotação estiver um bom valor. Os sites Melhor Câmbio e Confidence possuem esta ferramenta.
3) Verifique como está a economia
Verifique no noticiário de Economia quais são os pontos mais discutidos e quais as expectativas. Cenários de eleições, pautas econômicas no Congresso (como a atual, da Reforma da Previdência), declarações de líderes, políticas em relação à taxa básica de juros. Além disso, é possível acessar o relatório Focus, divulgado pelo Banco Central, com um compilado das expectativas econômicas, inclusive da cotação do dólar para os próximos anos.
4) Compre aos poucos
Olhando os dois tópicos anteriores e vendo condições favoráveis, como notícias com boas expectativas econômicas e o gráfico de cotação mostrando um momento de baixa, aproveite para comprar a moeda, porém, não tudo de uma vez. E, quanto antes este processo começar a ser feito, melhor. Busque criar uma frequência para a compra. Por exemplo, digamos que no orçamento, foi levantada a necessidade da compra de US$ 12.000, e, que a viagem ocorrerá daqui 6 meses. Se programe para comprar, por mês, US$ 2.000, olhando sempre o gráfico da cotação e buscando aproveitar estes momentos de queda. Isso acaba sendo uma boa estratégia para ter, no final das contas, uma compra com preço médio, evitando possíveis aumentos bruscos ou o famoso arrependimento por ter comprado tudo em um dia, e, alguns dias depois, a cotação sofrer uma queda.
5) Compare antes de comprar
A partir do momento que a compra for ser realizada, é importante uma mínima comparação da cotação entre as casas de câmbio, pois, entre elas, pode haver diferenças consideráveis de preços. Para facilitar a comparação, o Melhor Câmbio permite que a pesquisa da cotação seja feita em relação a casas de câmbio de um determinado município. Algumas plataformas, para determinadas cidades, possibilitam a compra da moeda estrangeira online. A Bee Câmbio é uma destas plataformas com este serviço.
6) Dê preferência em levar dinheiro em espécie
Pela comodidade, muita gente prefere levar, ao invés do dinheiro em espécie, os cartões pré-pagos ou mesmo os cartões de crédito internacionais. Mais práticos eles até são, porém, pesam mais no bolso. Nas operações de câmbio, é cobrado o Imposto sobre Operações Financeiras, o IOF. No caso da aquisição de moeda em espécie, a taxa é de 1,1%. Já no cartão pré-pago e nas compras com o cartão de crédito, a alíquota sobe para 6,38%.
Digamos que dois amigos foram viajar e ambos levaram US$ 2.000. Um deles levou em espécie, o outro levou no cartão pré-pago. Supondo que a cotação do dólar esteja a R$ 4. Assim, o primeiro, que levou em espécie, teve R$ 88 de gastos com IOF. Já o segundo, do cartão pré-pago, gastou R$ 510,40, quase seis vezes mais!
Claro que, por segurança, vale levar o cartão. Imprevistos podem ocorrer ou determinados pagamentos só podem ser feitos no cartão. Mas, quando possível, evitar usá-lo só trará economias.