De acordo com a Confederação Nacional de Dirigentes e Lojistas (CNDL) e o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), em abril o número de pessoas com contas em atraso chegou em 62,2 milhões de brasileiros. Esse número representa mais de 40% da população adulta do país.
Destes inadimplentes, a maioria (52%) possui dívidas com os bancos, nas formas de cartão de crédito atrasado, cheque especial, financiamentos e empréstimos. Todas formas de crédito oferecidas pelos bancos.
O que é o Crédito?
O crédito consiste, basicamente, no dinheiro que a instituição financeira acaba emprestando para seus clientes. E, nos meses e anos posteriores, o indivíduo precisa devolver esse dinheiro emprestado, e ainda, pagar os juros, que podemos entender como um aluguel cobrado pelo uso do dinheiro de um terceiro.
No caso específico do cartão de crédito, esse crédito é oferecido para o consumidor mensalmente, e, se ele pagar pelo que usou no prazo de 30 dias (ou seja, no fechamento da fatura), ele acaba ficando isento dos juros. Caso atrase, ai os juros passam a contar.
O cheque especial acaba sendo similar ao cartão de crédito. O banco oferece um limite mensal para seu cliente. Em alguns casos, o banco até isenta a taxa de juros para pagamentos que forem feitos em até 10 dias. Passado esse prazo para quem tem essa condição, ou de qualquer forma para quem não tem essa condição, os juros passam a contar.
Já em outras linhas de crédito, como o Empréstimo Pessoal, ao invés de dar um limite para compras e pagar contas, o banco literalmente empresta um valor para quem solicitou. Este valor entra na conta corrente da pessoa, e, na sequência, de acordo com o que foi acordado, o mesmo valor deve ser devolvido, com o acréscimo da taxa de juros, num determinado número de parcelas.
E os financiamentos, como o financiamento imobiliário ou de automóveis, o recurso também é liberado para o indivíduo, porém sendo destinado especificamente para o objeto motivador do crédito (carro, casa, etc).
Os juros compostos
Quando falamos do crédito em instituições financeiras, sempre estamos falando de juros, e mais do que isso, de juros compostos. O tal do “juros sobre juros”. Dessa forma, quanto mais tempo levar-se para quitar a dívida, mas gastos com juros virão.
Esses juros acabam variando caso a caso, de acordo com a linha de crédito e com o indivíduo. Basicamente, para definir esta taxa, os bancos usam a boa e velha relação Risco x Retorno. O cheque especial e o cartão de crédito são produtos oferecidos em massa, sem garantias. Consequentemente acabam oferecendo riscos maiores para os bancos, logo, as taxas de juros cobradas são maiores. Na outra ponta, financiamentos possuem um bem como garantia (o próprio bem financiado) e possuem uma análise do perfil do indivíduo. Isso acaba resultando em um risco menor para o banco, consequentemente, os juros cobrados são menores.
Fácil tomar, difícil pagar…
No final das contas, vemos que a tomada de crédito é algo relativamente simples. Claro que, conforme pessoas que já tomaram crédito e deram calote acaba sujando seus nomes, e consequentemente, os bancos podem dificultar este crédito, mas, mesmo assim, vemos que, uma vez que seja aprovado, o dinheiro entra na conta da pessoa ou o limite está lá disponível.
Dinheiro disponível pode ser usado para qualquer coisa. Muitas vezes, reflexo do nosso sistema mais emocional, explicado pela Psicologia Econômica, usamos o dinheiro de forma impulsiva, e, como sabemos é um recurso escasso.
E o grande problema vem na hora de devolver o dinheiro emprestado. No orçamento mensal, passam a aparecer novos gastos, justamente das parcelas do dinheiro que já tomamos emprestado, e que, muitas vezes, já foi gasto. E, se não for feito um planejamento, ter fontes de renda e parcelas que “caibam no bolso”, tudo isso acaba virando uma bola de neve. E lembre-se, os juros compostos atuarão, e, quanto mais tempo levar, maior “punição” o seu bolso sofrerá.
O crédito é um produto financeiro muito importante, e que, muitas vezes, é extremamente importante de acordo com as condições financeiras da pessoa no momento. Porém, nunca se esqueça que esse dinheiro que funcionou como água para apagar um pequeno incêndio, pode, no final das contas, não ser suficiente para apagar o incêndio por completo, e, mais do que isso, pode se esgotar e fazer com que o incêndio tome conta de tudo no futuro.
Antes de tomar dinheiro emprestado, tenha um orçamento mensal, sabendo quanto você ganha e quanto você gasta por mês, veja se a única saída é o empréstimo, e se for, veja de quanto você precisa. Feito isso, antes de pegar dinheiro emprestado em qualquer lugar, compare linhas de crédito, taxas e condições cobradas por cada instituição financeira. No site do Banco Central, as taxas de juros cobradas pelos bancos, em diversas linhas de créditos ficam listadas. E ainda, para facilitar nesse processo, ferramentas como o Compara Bem, Konkero, Compara Online, O Melhor Trato, Coolfiance, Bom Pra Crédito e Juros Baixos ajudam na pesquisa de instituições e condições oferecidas. Além disso, fazer as contas na Calculadora do Cidadão ajuda a ver quanto efetivamente será gasto no empréstimo. Tomado o crédito, inclua-o no seu orçamento e se planeje para terminá-lo de pagar o quanto antes.