Um dos nossos leitores, através do GFC Responde, enviou uma dúvida perguntando se os consórcios valem a pena.
Primeiramente, vale a pena entendermos um pouco o que é um consórcio. Consórcio não é um investimento, mas sim uma forma de poupar, em outras palavras, uma forma de se conseguir comprar algo (imóveis, veículos, eletrônicos, serviços). Trata-se de uma poupança coletiva em que, de tempos em tempos, contempla um dos participantes com um valor para ser utilizado na aquisição do bem. Os participantes são chamados de cotistas e estes se comprometem a contribuir com a poupança mensalmente.
Periodicamente, existe um sorteio, realizado pela administradora do consórcio. Uma vez sorteado, o cotista pode utilizar o crédito. Se não for sorteado, o cotista pode dar um lance para receber o crédito. O lance é livre, e quem ofereceu maior percentual em relação ao que está concorrendo acaba levando o valor.
Ao contrário dos financiamentos, que apresentam taxas de juros consideráveis, o consórcio não tem juros em caso de pagamento no prazo, mas sim uma taxa de administração.
Respondendo a pergunta se os consórcios valem a pena, podemos responder que sim para as seguintes condições:
a pessoa não tem pressa para adquirir o bem desejado
busca-se fugir dos juros que um financiamento cobra
a pessoa não tem a disciplina de poupar sozinho, e, com o consórcio, cria-se a sensação de compromisso financeiro
existe uma flexibilização do pagamento, que pode ser antecipado ou até ter as parcelas repassadas
não há perda de dinheiro
é possível dar lances quando quiser
as parcelas costumam ser mais baixas do que parcelas de financiamentos
Porém, é importante ter a noção que a espera pode ser longa. Caso o cotista não seja contemplado pelo sorteio, ele precisa esperar até o fim do prazo contratado. Deve-se ficar atento também quanto ao risco de inadimplência, pois isso acarretará em juros.
Na hora de fazer a escolha do consórcio, é importante verificar se a administradora tem a autorização do Banco Central, comparar as taxas de administração, verificar o valor do crédito e o prazo do pagamento. Existem golpes que acabam “sumindo” com o dinheiro de quem entra no consórcio, então é bem interessante verificar o ranking do Banco Central.
Existem sites, como o Compara Bem e o Compara Online que fazem a comparação dos melhores consórcios, de acordo com o crédito buscado:
Os consórcios não chegam a ser investimentos, e, apesar de não terem juros, apresentam taxas embutidas. Caso já haja um hábito de poupar, a solução ideal é buscar investimentos que permitam aportes mensais, como o Tesouro Direto, para, além de ter esse dinheiro guardado, haja também um rendimento atrelado. Por exemplo, se pegarmos um caso da figura acima, onde é feito o pagamento de 200 parcelas de R$ 1.258,47 para um crédito de R$ 200.000 em 200 meses, R$ 40.000 será pago somente para taxa de administração, R$ 1.000 para taxa reserva e R$ 620 para Seguro. Investindo esse mesmo valor mensal de R$ 1.258,47 no Tesouro Direto, com vencimento em 2035, o valor líquido a ser resgatado seria em torno de R$ 500.000,00. Ou seja, não só seria possível comprar uma casa de R$ 200.000,00, mas até duas!
Portanto, antes de tomar qualquer decisão, é importante verificar as opções existentes, a urgência de se ter o bem e procurar a solução que traga os menores riscos ao bolso.