Selic sobe e crédito fica mais caro: entenda impacto para consumidores e mercado financeiro

Selic sobe e crédito fica mais caro: entenda impacto para consumidores e mercado financeiro

O Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a Taxa Selic em 1 ponto percentual, levando-a de 12,25% para 13,25% ao ano. A decisão, anunciada na primeira reunião do ano nesta quarta-feira, 29, impacta diretamente o setor financeiro, a exemplo das fintechs, que dependem da Selic para definir o custo de captação de recursos e a oferta de crédito.

“A Selic é o principal termômetro do custo do dinheiro no Brasil. Qualquer alteração impacta diretamente a forma como as fintechs estruturam suas operações, desde a captação de recursos até a precificação dos serviços oferecidos ao consumidor”, afirma Leonardo Moreira Gomes, cofundador e CEO da fintech Paytime, que oferece soluções White Label no modelo no-code por assinatura.

Um dos efeitos mais imediatos da alta da Selic é o encarecimento das operações financeiras, especialmente a antecipação de recebíveis. “Quando a taxa básica sobe, o custo para acessar capital também aumenta. Isso reflete diretamente nas taxas de antecipação de pagamentos, crédito e até nos custos das transações realizadas pelas maquininhas de cartão. Para os clientes, isso pode significar um encarecimento das condições de crédito e financiamento disponíveis no mercado”, explica Gomes.

Superquarta

A decisão do Copom ocorreu na chamada “Superquarta”, dia em que também se reúne o Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) do Federal Reserve (Fed), o banco central dos Estados Unidos. O Fed optou por manter a taxa de juros entre 4,25% e 4,50% ao ano, interrompendo o ciclo de cortes que vinha realizando desde setembro de 2024.

Diante deste cenário, Gomes ressalta que a solidez financeira e o planejamento estratégico são cruciais para a competitividade das fintechs. “É essencial que as fintechs tenham uma abordagem dinâmica, ajustando seus modelos de negócios à volatilidade da taxa de juros. Isso envolve não apenas buscar eficiência na captação de recursos, mas também diversificar receitas e criar estratégias que tornem os serviços financeiros mais acessíveis, mesmo em momentos de Selic elevada”, conclui.

O CEO da Paytime enfatiza ainda a importância de as startups financeiras estarem preparadas para diferentes cenários econômicos. “As fintechs precisam ter flexibilidade para se adaptar a diferentes cenários econômicos, ajustando suas estratégias de captação de recursos e precificação conforme as oscilações da taxa de juros. Um planejamento sólido ajuda a mitigar riscos, explorar novas oportunidades e garantir um crescimento sustentável, mesmo em períodos de maior instabilidade”, finaliza Gomes.

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