A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de manter a taxa básica de juros em 10,50% ao ano já era esperada, sinalizada por expectativas do mercado divulgadas nas últimas semanas, segundo Ricardo Serone, Diretor Financeiro e de Investimentos da BB Previdência, empresa do conglomerado Banco do Brasil.
Entre os principais indicativos de que a autoridade monetária interromperia o ciclo de sete cortes seguidos na Selic, Serone cita a decisão do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) de manter a taxa de juros americana também inalterada, entre 5,25% e 5,50% ao ano, no maior patamar desde 2001, em decisão unânime, na última reunião.
“Esse indicador traduz a pressão que o cenário externo traz para a economia brasileira, pois inibe a atração de investimento externo e pressiona o dólar, valorizando a moeda americana”, explica.
No cenário interno, Serone observa ainda aumento nos desafios do governo para ancorar as expectativas de indicadores importantes, como a inflação. As estimativas do mercado para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) também vêm se deteriorando há mais de um mês, e já atingem quase 4% em 2024, bem acima dos 3% do centro da meta de inflação.
A Política Monetária também tem sido pressionada pela Política Fiscal. “O País enfrenta volatilidade na Política Fiscal, especialmente, porque está em ano de eleições, períodos que são mais desafiadores”, analisa.
Como a Selic pode impactar os planos de previdência
A BB Previdência tem acompanhado o movimento de aumento da volatilidade no mercado, investindo em títulos públicos, sem, no entanto, deixar de ficar atenta às oportunidades de investimento no exterior, bem como na renda variável interna, afirma o executivo. “Dentro das Políticas de Investimento da instituição, todas as boas oportunidades estão sendo bem aproveitadas para se alcançar os índices de referência e metas atuariais dos planos de benefícios geridos pela BB Previdência”, conclui Serone.