Cinco passos para PMEs enfrentarem os desafios da Reforma Tributária 2025

Cinco passos para PMEs enfrentarem os desafios da Reforma Tributária 2025

A Reforma Tributária de 2025, com a criação do Imposto sobre Valor Agregado (IVA) e do Imposto Seletivo, afetará diretamente as pequenas e médias empresas, que representam mais de 90% dos negócios e 27% do PIB, segundo o Sebrae. De acordo com o Banco Mundial, companhias brasileiras gastam em média 1.501 horas anuais com obrigações fiscais, um dos maiores índices globais. A expectativa é reduzir esse custo, embora a transição possa trazer complexidade adicional.

Para o grupo das PMEs, já pressionado pela carga tributária, as mudanças trazem expectativa e cautela. “A proposta simplifica impostos, reduz custos e dá mais transparência, porém exige planejamento e revisão de margens para manter a competitividade”, aponta Jhonny Martins, contador, advogado e vice-presidente do SERAC.

O novo sistema unificará tributos como PIS, Cofins, ICMS e ISS, enquanto o Imposto Seletivo incidirá sobre produtos considerados nocivos à saúde e ao meio ambiente. “Mesmo fora desses segmentos, há efeitos indiretos já que insumos e logística tendem a encarecer”, explica Martins.

Para o especialista do SERAC, a chave é a antecipação. “Empreendedores devem buscar orientação contábil para revisar enquadramento tributário, atualizar sistemas e compreender créditos e compensações do novo modelo. O risco é esperar pela obrigatoriedade e ser surpreendido com impactos no caixa”.

Cinco  passos para os desafios da Reforma 

  1. Revise o enquadramento tributário – Confira se sua empresa continuará no Simples Nacional ou se será mais vantajoso migrar para outro regime no novo modelo de IVA.
  2. Atualize sistemas e processos – Adapte softwares de gestão e notas fiscais para atender às exigências do IVA e do Imposto Seletivo, evitando inconsistências.
  3. Monitore custos indiretos – Mesmo que sua empresa não atue em setores sujeitos ao Imposto Seletivo, acompanhe o impacto em insumos e logística que podem encarecer.
  4. Invista em orientação contábil – Utilize contabilidade consultiva para simular cenários, avaliar créditos tributários e identificar oportunidades de eficiência.
  5. Capacite a equipe – Treine colaboradores para compreender mudanças, prazos e obrigações. Uma equipe informada reduz riscos de multas e aumenta a previsibilidade.

A reforma traz desafios de competitividade, já que grandes empresas contam com equipes internas e pequenos negócios dependem de assessoria externa. “É nesse ponto que o planejamento tributário se torna estratégico, transformando o contador em conselheiro de gestão, ajudando a desenhar cenários e orientar decisões de investimento e precificação”, afirma Martins.

Na visão do especialista, o Simples Nacional pode perder atratividade para parte das empresas, o que exige reavaliar o regime diante do novo imposto. “A tecnologia será decisiva, pois sem automação será impossível acompanhar a transição. O IVA alinha o Brasil a mais de 170 países, trazendo previsibilidade e competitividade, mas os ganhos devem aparecer apenas em cerca de cinco anos”, finaliza.

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