Desde o início deste mês, a ANEEL determinou a cobrança da bandeira tarifária vermelha no patamar 2, o que significa um acréscimo de R$ 0,07877 a cada quilowatts-hora (kWh) consumido. A título de curiosidade, o patamar 1 prevê a adição de R$ 0,04463 para o mesmo volume utilizado.
Segundo análise da professora do Instituto de Energia e Ambiente Universidade da Universidade de São Paulo (IEE-USP), Virginia Parente, ainda que a medida possa causar algum tipo de desconforto a curto prazo, como a pressão inflacionária naqueles meses em que a tarifa fica mais elevada, ela é um salvaguardas para que as taxas não sejam ainda mais caras no futuro.
A especialista também reforça que a medida pode evitar o agravamento da situação com episódios de apagões constantes, gerando impactos negativos para a economia no ambiente macro, ao trazer prejuízos maiores para indústria, comércio e serviços e colocar postos de trabalho em risco.
“A ideia de desacelerar o consumo por meio de uma sinalização de preço mais alto faz com que os consumidores se eduquem e usem a energia de forma mais racional em suas atividades corriqueiras, como tomar banho, passar roupa e, até mesmo, durante o preparo de refeições com o auxílio de fornos elétrico, por exemplo”, esclarece Parente.
Bandeiras tarifárias
As bandeiras tarifárias representam um conjunto de políticas públicas com estímulo pelo lado da demanda. Sua duração tem a ver com ultrapassar o período de seca e estiagem, aguardando o início das chuvas de verão e o restabelecimento do equilíbrio dos reservatórios hidrelétricos, que funcionam como estabilizador, quando há flutuações em fontes intermitentes de energia, como a eólica e a solar.
Justamente por estarmos em um período de escassez de chuva na região sudeste, onde estão concentrados os principais reservatórios, e que deve perdurar até início de novembro, é importante que a água contida seja economizada.