No início do ano, tive a oportunidade de passar um mês nos Estados Unidos. Este país já é, há um bom tempo, destino de viagem almejado por muita gente, principalmente quando fala-se em compras. Apesar da compra de dólar necessitar de vários reais, ainda há muitas coisas que as pessoas avaliam que vale a pena trazer “de lá para cá”.
Porém, neste artigo quero mostrar não uma mera comparação entre a conversão de uma moeda para outra, mas sim, avaliar os produtos em razão do poder de compra das populações de cada um desses países.
Primeiramente, podemos definir poder de compra como a capacidade de adquirir bens e serviços com determinada unidade monetária. Muita gente que pretende morar fora acaba avaliando o salário mínimo do país, porém, este por si só não diz muita coisa. O que é importante analisar é quais e quantos produtos e serviços você consegue comprar com o seu salário.
Dessa forma, inicialmente levantei qual é o salário médio no Brasil, qual é o salário médio nos EUA, e, quantas horas são trabalhadas, em média, por mês. Esse valor nos permite chegar no valor médio da hora do trabalhador de cada um desses países:
Aqui já vemos o primeiro fator que chama a atenção: sem converter moedas, o brasileiro precisa trabalhar o dobro do tempo para receber o mesmo que o americano. Agora vamos ver o buraco mais por dentro, ou seja, isso refletido no preço das coisas.
O levantamento foi feito com produtos que existem tanto no Brasil quanto nos EUA. Vários dos produtos possuem pesos, tamanhos e quantidades diferentes de um país para o outro. Para termos uma mesma base, foi feita uma conversão dos produtos dos EUA para um preço equivalente ao da quantidade vendida por aqui. Dessa forma, chegamos no seguinte comparativo:
Pode-se ver que em todos os produtos, comprar nos EUA “custa menos trabalho” do que no Brasil. Alguns itens de marcas de fora, mesmo que com os produtos produzidos aqui, mostraram uma grande diferença, principalmente snacks (salgadinhos, refrigerantes e doces). Os itens que ficaram mais próximos foram o Sucrilhos, frutas e alguns itens de beleza. E num carrinho montado com esses produtos, o americano trabalhou 7 horas e 30 minutos enquanto o brasileiro precisou trabalhar quase 50 horas, o que corresponde a mais de 6 vezes mais.
Isso mostra que pagamos mais caros pelas nossas coisas. Mas independente de país, essa análise de quantas horas do nosso trabalho custa determinado produto é sempre válida, principalmente para evitar gastos desnecessários e economias. Ter essa noção em conjunto com uma boa educação financeira contribuirá para a utilização do nosso dinheiro hoje, permitindo reservas, de forma que o nosso futuro não seja comprometido.
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