Você se lembra de como era assistir um filme 20 anos atrás, depois que ele saía do cinema? As pessoas iam até as videolocadoras, como Blockbuster e 100% Vídeo, e alugavam VHS’s, DVD’s e Blu-ray, assistiam o filme, e depois devolviam o mesmo.
Videolocadoras: o fenômeno Blockbuster
O fenômeno Blockbuster fez sucesso no mundo todo. A primeira loja foi criada nos EUA, em 1985. 1 ano depois ela já estava com 19 lojas, três anos depois com 400, em 1994 com 4.500 e no começo dos anos 2000 com 7.700 lojas! Um verdadeiro império!
Porém, como todo império, a Blockbuster também ruiu. Com a evolução da tecnologia, e o surgimento de um novo modelo de negócios, em 1997, a Blockbuster passou do ápice à crise. O modelo de negócio do qual estamos falando é o da Netflix.
Inicialmente, a Netflix tinha o seguinte modelo de negócio: os usuários pagavam um valor mensal (uma assinatura) e alugavam, através de um site, os filmes. Os títulos eram entregues, e, diferente das videolocadoras tradicionais, não havia multas ou data fixa de entrega.
Para você ter noção da revolução que a Netflix trouxe ao mercado, em 1 ano de operação ela já batia o faturamento de US$ 1 milhão. Em 1999 o faturamento alcançou a marca de US$ 5 milhões.
No ano 2000, os sócios da Netflix se reuniram com o CEO da Blockbuster e discutiram sobre uma possível venda da Netflix. O valor oferecido foi de US$ 50 milhões, porém, os executivos da Blockbuster não se interessaram pelo negócio.
Para o azar da Blockbuster, a Netflix não parou de crescer após este fato. Naquele momento, a empresa possuía uma base de 420 mil assinantes. Dois anos depois, abriu seu capital na NASDAQ e teve o número de assinantes saltando para 600 mil. Em 2005 a empresa chegou a marca de 4,2 milhões de assinantes e faturamento de mais de US$ 500 milhões!
Em paralelo, a Blockbuster ainda representava grandes números. Em 2004 a empresa faturou US$ 6 bilhões, e chegou a 9 mil unidades, em 9 diferentes países. Neste ano, a empresa resolveu começar a oferecer a locação online, para concorrer com a Netflix.
O ano em que a Netflix lançou o streaming
E 2007 acabou sendo um ano que revolucionou todo este mercado. Neste ano, a Netflix abandonou o serviço de aluguel de filmes e lançou uma plataforma de streaming, na qual os assinantes podiam assistir séries e filmes instantaneamente em seus computadores. Com isso, a partir de 2008, a Blockbuster passou a se ver num cenário de fechamento de unidades e queda de faturamento.
Em 2010, enquanto a Netflix chegava na marca de 16 milhões de assinantes e faturamento de US$ 2 bilhões, a Blockbuster decretava falência. Hoje, resta apenas uma unidade da Blockbuster.
A evolução do streaming
O streaming acabou gerando impactos não só para a Blockbuster e para as videolocadoras, mas para todo o mercado de entretenimento. Televisões por assinatura e a indústria de CD’s também foram impactados. O consumidor percebeu que, por um valor de assinatura acessível, ele podia ter acesso a um grande acervo e assistir e ouvir o que quisesse na hora que bem entendesse.
Isso acabou fazendo muitas empresas e repensaram seus modelos de negócio, além de contribuir para empresas que não eram deste meio, passarem a se inserir.
Hoje, aqui no Brasil, existem vários outros serviços de streaming de filmes e séries: HBO Max, Disney+, Star+, Globoplay, Prime Video, Uol Play, Crunchyroll, Starzplay, Pluto TV, Apple TV+, Telecine Play, Paramount+, Argo, Funimation, Looke, MUBI, Spcine Play, Belas Artes à la carte, LGBTFlix, Oldflix, Darkflix, Afroflix.
São tantas opções que é possível agradar todos os gostos!
Streamings demais = perigos para o bolso
O streaming traz consigo toda a praticidade de poder ser pago online, no cartão de crédito, e cancelado a qualquer momento. Porém, ao mesmo tempo que isto gera toda uma praticidade, isto pode representar um perigo para o bolso.
Justamente pelo fato da assinatura ter uma cobrança automática no cartão de crédito, quase como um débito automático, muita gente acaba não percebendo o gasto, e, muitas vezes, está pagando por algo que não está usando.
Confira abaixo algumas dicas para lidar bem com os serviços de streaming:
Defina um orçamento
A primeira dica é relacionada ao seu planejamento financeiro. Verifique quanto você tem disponível no seu orçamento para os serviços de streaming, e, a partir daí, verifique qual(is) você tem interesse e se os valores “cabem” no orçamento.
Monitore sempre a sua fatura do cartão
Não só o streaming, mas várias cobranças aparecem na fatura do cartão, e quando se juntam à extensa lista de gastos, pode passar despercebida. É importante checar a fatura sempre!
Fique de olho nos reajustes
De tempos em tempos, é comum os streamings reajustarem seus valores. Em alguns casos, o reajuste pode ter um aumento bem considerável, pesando ainda mais no bolso. Fique atento aos valores para não tomar nenhum susto.
Compare os planos
Boa parte dos serviços de streamings possuem diferentes planos, envolvendo, por exemplo, a quantidade de usuários, os serviços inclusos. Verifique o plano que possui o melhor custo benefício para você. Além do tipo do plano, há também variações em função da periodicidade do pagamento. Alguns serviços oferecem formato de pagamento mensal e anual. O anual costuma ter desconto, porém, você fica “preso” ao serviço por 12 meses. Mesmo que você cancele a assinatura, você não terá reembolso do valor pago. Ou seja, só aproveite o plano anual no serviço que você tem certeza que ficará por, pelo menos, 1 ano.
Deguste e verifique o acervo
Boa parte dos streamings possuem um período de testes, no qual, por um determinado número de dias, você tem acesso sem precisar pagar. Verifique como o serviço funciona e se o acervo te interessa, antes de tomar qualquer decisão de contratar.
Não está usufruindo? Cancele!
Uma das grandes vantagens do formato de assinatura é a possibilidade de cancelamento a qualquer momento. Ou seja, se você assinou um serviço de streaming e percebe que já faz um tempo que não está usufruindo, não tenha medo de cancelar. A qualquer momento, quando você desejar voltar, você poderá assinar de novo.
Aproveite promoções
Se você está decidido a assinar algum streaming, verifique a existência de combos e promoções. Em algumas épocas do ano, por exemplo na Black Friday, você pode encontrar condições especiais. Em outros casos, o serviço de streaming pode estar incluso em algum combo, com outros serviços (como por exemplo Amazon e Mercado Livre) ou até em pacotes (por exemplo Disney+ e Stars+).
E as dicas acima não ficam restritas aos serviços de streaming de filmes e séries. Na categoria música, também existem streamings como Spotify, Deezer e Amazon Music. Ainda nos vídeos, existem também streamings de TV, como o Direct Go e o Claro Play. As dicas sempre são válidas.