Há algumas semanas escrevemos um artigo sobre as fintechs, empresas que focam em inovação e tecnologia no setor financeiro. Dentro das Fintechs, uma das primeiras categoriais que surgiu, e cada vez se fortalece mais, é a dos Bancos Digitais. No Brasil, os primeiros bancos dessa categoria foram o Banco Sofisa Direto e o Banco Original (inclusive, os dois já travaram embates jurídicos por conta de propagandas que ou um ou o outro afirmam ser o “Primeiro Banco Digital”).
Internet Banking x Bancos Digitais
Muita gente acaba confundindo o conceito de Internet Banking, que já existe no mercado bancário brasileiro há algum tempo, com o conceito dos bancos digitais, por isso vale a pena discorrer um pouco sobre o assunto.
No contexto mundial, foi a partir de 1995 que os bancos começaram a ofertar seus primeiros serviços na internet, através de consultas, transferências e pagamentos. Alguns exemplos de bancos que ofereciam esse serviço são: Wells Fargo, Security First National Bank, Liberty Financial Cos. e Charles Schwab & Co. A partir dai, os bancos começaram a utilizar a internet com três finalidades: Divulgação (publicidade e informações), Transação (operação de transações bancárias) e Relacionamento.
Pensando nos bancos brasileiros, foi no dia 25 de maio de 1995 que o Bradesco lançou sua página na web com o domínio “.com.br”. Porém, o Bradesco, desde 1982, já oferecia a seus clientes o Home Banking, forma de acesso aos serviços bancários através de computador, com softwares fornecidos pelo banco. O Internet Banking foi lançado no dia 31 de maio de 1996, com o desenvolvimento de pagamento seguro através de um meio eletrônico, boleto bancário, consulta de saldos e extratos, solicitações de alteração de endereço, cópias de documentos, agendamentos, investimentos, transferências de fundos e pagamentos de contas. De lá para cá, cada vez mais o usuário tem preferido o serviço pela internet do que os tradicionais atendimentos nas agências. Porém, para alguns serviços, mesmo quem possui internet banking acaba se vendo obrigado a ir naa agências bancárias.
Foi ai que surgiu o conceito do banco digital. Não foi criada apenas uma plataforma eletrônica, conforme o Internet Banking. Foi modificado todo um processo para que todo o atendimento passasse a ser digital. A própria Federação Brasileira dos Bancos (FEBRABAN) fez uma pesquisa, em 2014, chegando aos seguintes pré-requisitos para um banco ser considerado digital:
– Processo não presencial, com captura digital de documentos e informações e coleta eletrônica de assinaturas;
– Acesso a canais eletrônicos para todas as consultas e contratação de produtos;
– Resolução de problemas por múltiplos canais sem necessidade da ida à agência.
Ou seja, ao contrário do modelo tradicional, o processo desde à abertura, até a resolução de algum problema, passa a ser pelo meio digital. Esse modelo surgiu em função das tendências das novas gerações e do constante número de reclamações relativos ao atendimento em agências bancárias.
O Conselho Monetário Nacional (CMN) regulamentou em 2011 uma medida possibilitando aos bancos oferecerem aos seus clientes contas movimentadas exclusivamente por meios eletrônicos, possibilitando aos clientes ficarem isentos de cobranças com as movimentações exclusivas por meios como internet, celular, caixas eletrônicos.
Os grandes bancos não só se viram ameaçados, como também tentaram entrar nesse mercado, porém ainda sem muito sucesso. Bradesco, Itaú, Santander e Banco do Brasil até já tiveram suas contas exclusivamente digitais, porém muitas delas pararam de ser oferecidas (pelo menos as versões gratuitas).
Várias opções
Mesmo sendo algo relativamente novo, a lista dos bancos digitais já possui ótimas opções. Confira abaixo alguns deles que levantamos:
Conforme dito, foi um dos bancos digitais pioneiros. Possui contas para Pessoa Física e Pessoa Jurídica. Os serviços incluem Conta Corrente, Cartões, Cashback, Investimentos, Programa de Indicações e Seguros para Pessoa Física. No Pacote Original Ilimitado, os serviços ilimitados de TED e saque saem por R$ 9,90 por mês. Para Pessoa Jurídica os serviços englobam Crédito, Câmbio, Investimentos, Gestão de Caixa e Soluções para o Agronegócio.
Outro pioneiro na área, é isento de tarifas, taxas, taxas de administração ou taxas de custódia. Nos serviços, possui investimentos com boas rentabilidades, a partir de qualquer valor. Também existem empréstimos.
3) Banco Inter
O Banco Inter, antigo Intermedium, possui contas para Pessoa Física e para Pessoa Jurídica. São oferecidas conta corrente, empréstimos e financiamentos, investimentos e seguros, com isenção de tarifas. O banco também oferece cartão de crédito sem anuidade.
4) Neon
O Neon oferece, sem tarifas, serviços de saques, transferências, investimentos com objetivos e pagamento de contas.
5) Nuconta
A Nuconta ainda está em versões de testes, sendo que não entrega todos os serviços oferecidos pelos demais bancos. A conta é isenta de tarifas e investe o dinheiro automaticamente, com rendimentos melhores do que a Caderneta de Poupança.
6) Modal Mais
É denominada a conta do investidor. A partir dela, é possível fazer compras com cartão de débito, pagar contas e fazer transferências, tudo sem tarifas.
7) Agibank
Oferece serviços de conta corrente, crédito, cartões, seguros, consórcios e investimentos, para Pessoa Física e Pessoa Jurídica.
8) Next
É a nova conta digital do Bradesco. Agora possui uma versão sem tarifas.
9) Conta Fácil
É a conta digital do Banco do Brasil.
Vale lembrar que todos os bancos, físicos ou digitais, reconhecidos pelo Banco Central, estão garantidos pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC). Dessa forma, Depósitos à vista, Depósitos à prazo e investimentos de renda fixa estão cobertos para até R$ 250 mil, por CPF.