Todo trabalhador com carteira assinada recebe no final do ano o décimo terceiro. Porém, apesar do dinheiro extra recebido, muita gente acaba tendo dificuldades em conciliá-lo com os gastos específicos de final de ano, envolvendo as festas de Natal e Ano Novo, com as férias e também com os gastos típicos de começo de ano, como IPTU, IPVA e material escolar. Seria muito interessante receber, além do 13º, um 14º salário, não é?
Entendendo o 13º
Antes de explicarmos a estratégia para você ter um 14º salário, comecemos falando do 13º. Este, também chamado de gratificação de Natal, foi instituído no Brasil pela lei 4.090, em 1962, garantindo aos trabalhadores receberem o correspondente a 1/12 da remuneração por mês trabalhado. Assim, o indivíduo que trabalhou o ano todo na empresa, receberá um salário extra no final do ano.
Quem tem direito à gratificação são todos os trabalhadores com carteira assinada, sejam domésticos, rurais, urbanos ou avulsos, que tiverem a partir de quinze dias de serviço. Além destes, aposentados e pensionistas do INSS também recebem o benefício.
Para calcular o 13º, divide-se o salário integral do trabalhador por doze e multiplica-se o resultado pelo número de meses trabalhados. Também entram nos cálculos horas extras, adicionais, insalubridade e comissões adicionais. O trabalhador perde o direito de 1/12 do mês trabalhado quando tiver mais de quinze faltas não justificadas no mês.
O pagamento do 13º é feito pelo empregador em duas parcelas, uma entre o dia 1º de fevereiro e 30 de novembro e a segunda até o dia 20 de dezembro.
Por exemplo, considerando que uma pessoa tenha um salário de R$ 2.000. Dessa forma, todo mês, a pessoa terá acumulado para pagamento de seu 13º 1/12 de R$ 2.000, que é R$ 166,66. No final das contas, essa pessoa receberá um novo salário de R$ 2.000, pago em duas parcelas.
Será que o 13º basta?
O 13º foi criado no intuito de ser uma bonificação de Natal. Trata-se de uma época do ano em que, de maneira geral, os gastos das pessoas sobem, por conta das compras de presentes, da ceia de Natal e de Ano Novo, de viagens. E ainda, junto com o final do ano, o começo do ano também acaba tendendo a ter mais gastos que em outros períodos, por conta de IPTU, IPVA, licenciamento, reajustes e material escolar.
Será que o salário extra consegue suprir todos estes gastos? Na verdade, o primeiro ponto é fazer um bom planejamento e ter controle sobre as finanças para que nesta época de final de ano e começo de ano novo não virem um verdadeiro problema. Mas isso acaba acontecendo com muita gente.
De acordo com uma pesquisa feita pela Confederação Nacional de Dirigentes e Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), apenas 11% dos consumidores brasileiros têm condições de pagar as despesas sazonais deste período, muitas vezes (22%), justamente pela falta de planejamento.
Para este ano, 26% dos entrevistados precisaram economizar nas festas e nas compras de Natal para consegui pagar as contas de janeiro, 21% guardaram uma parte do 13º, 17% montaram uma reserva ao longo de 2019 para cobrir os gastos e 14% buscaram rendas extras.
Mais preocupante ainda é o caso das pessoas que não guardaram dinheiro para os gastos de começo de ano, e ainda, parcelaram suas compras de Natal, levando parcelas para o orçamento dos meses seguintes. De acordo com a pesquisa, na média, as parcelas só se encerram em abril, mostrando que o orçamento do primeiro trimestre do ano está comprometido.
O Décimo Quarto Salário
Visto que a realidade de muita gente já é começar o ano passando por apertos, cenário que se repete todo ano, é necessário pensar em mudanças. Um salário extra, ou décimo quarto salário, seria muito bem vindo, porém, ao contrário do 13º, nem a lei nem os empregadores trarão este extra. O grande responsável pelo 14º é você!
Para isso, procure seguir a mesma lógica do 13º. Todo mês, assim que você receber o seu salário, guarde 1/12 dele. Mais do que só guardar, você pode aplicar este valor, para, no final das contas, ter o dinheiro trabalhando junto. O importante é guardar em algum lugar onde você evite ficar mexendo no dinheiro e que possa ser resgatado na hora certa.
Isso pode ser feito na Poupança, no Tesouro Selic e até nos robôs investidores. Veja o que funciona melhor para você. Trabalhe neste novo hábito que, com toda a certeza, você terá uma folga melhor no início dos próximos anos!
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