Apesar de até vermos por aí livros, cursos e materiais com “fórmulas para negócios de sucesso”, quem empreende ou já empreendeu sabe muito bem que essa fórmula não existe. Conforme já trouxe aqui no blog, quando falamos de investimentos, sempre aparece a tal da relação Risco x Retorno. Para quem busca correr baixos riscos, o retorno esperado é menor, e, para quem está disposto a correr maiores riscos, o retorno esperado é maior.
Risco x Retorno do Negócio Próprio
No gráfico do risco x retorno, vemos inicialmente investimentos de Renda Fixa, como a Caderneta de Poupança, Tesouro e títulos de banco. Por apresentarem baixo risco, consequentemente o retorno não é o dos mais altos. Na sequência aparecem os investimentos em imóveis, ações, e, por fim, o Negócio Próprio. Este é o investimento de maior risco e que, consequentemente pode (mas não garante) o maior retorno. Cabe ao empreendedor trabalhar bem no planejamento e na gestão para minimizar os impactos dos riscos e possibilitar bons retornos.
Todo mundo tem ideias. Grande parte destas ideias acabam se perdendo e caindo no esquecimento. Dos que tentam colocar as ideias em prática, poucos acabam se planejando para fazer isso da maior maneira. Justamente por isso vemos que o número de pequenos negócios que fecham antes de 2 anos é elevadíssimo. Segundo o Sebrae, 1 em cada 4 empresas fecham neste período de 2 anos.
Planejamento: a gestão dos riscos
Muitas dessas pessoas que não se planejam até sabem da importância do planejamento, mas por falta de tempo, não saber por onde começar ou até o excesso de confiança fazem o mesmo ser deixado de lado. O Plano de Negócios acabava (e ainda é) sendo uma das principais ferramentas para transformar a ideias em algo mais concreto. Trata-se de um documento detalhado no qual o empreendedor descreve todas as etapas que envolvem ou fazem parte do negócio. Pelo grau de detalhamento e sua estrutura, ele acaba podendo levar dias, semanas ou até meses para ficar pronto. Tempo que, muitas vezes, o empreendedor acaba não conseguindo encontrar para isso, o que contribui, justamente, para deixar o Plano de Negócios de lado.
Mais recentemente, no livro Business Model Generation, os empreendedores Alexander Osterwalder e Yves Pigneur, num processo cocriativo com mais 470 praticantes em 45 países, durante 6 meses, desenvolveram a ideia do Modelo de Negócios, muitas vezes com base no Design Thinking. O modelo de negócios acaba sendo uma representação de como a empresa gera e entrega valores para os seus clientes.
Canvas: o quadro de Modelo de Negócios
Uma das principais bases do livro é a Inovação. Como principal ferramenta, é apresentado o Quadro de Modelo de Negócios, o Canvas, que possibilita entender rapidamente o funcionamento de um modelo e ensaiar inovações. Compõem o canvas os seguintes pontos:
- Segmento de Clientes: define os diferentes grupos de pessoas ou organizações que uma empresa busca alcançar e servir
- Proposta de Valor: descreve o pacote de produto e serviços que criam valor para um segmento de clientes específico
- Canais: descreve como uma empresa se comunica e alcança seus segmentos de clientes para entregar uma proposta de valor
- Relacionamento com Clientes: descreve os tipos de relação que uma empresa estabelece com segmentos de clientes específicos
- Fontes de Receita: representa o dinheiro que uma empresa gera a partir de cada segmento de cliente
- Recursos Principais: descreve os recursos mais importantes exigidos para fazer o modelo de negócio funcionar
- Atividades-Chave: descreve as ações mais importantes que a empresa deve realizar para fazer seu modelo de negócio funcionar
- Parcerias Principais: descreve a rede de fornecedores e os parceiros que põem o modelo de negócio para funcionar
- Estrutura de Custos: descreve todos os custos envolvidos na operação do modelo de negócio
A estrutura do Canvas está representada na imagem abaixo:
Hoje em dia, existem ferramentas que permitem a elaboração do Canvas online, como o Sebrae Canvas. Porém, a maneira ainda mais utilizada, e sugerida no livro, é na forma impressa. Basicamente imprimir o quadro em um pôster e utilizar post-its para preenchê-lo.
Dessa forma, as ideias são organizadas e criam, de maneira bem visual, os processos do negócio, com as vantagens de sua criação ser simples, rápida e fácil de ser testada e mudada, caso seja necessário. Está com novas ideias, projetos ou já possui um negócio que não está indo tão bem? Trabalhe em cima do Canvas para ter um direcionamento que facilite o caminho para o sucesso do negócio.